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UMA MULHER E SUA CORAGEM.



Olá, abençoados do Senhor! O que acham de ver histórias conhecidas sob uma nova perspectiva? Deu um certo trabalho, fiz alguma pesquisa e voilà! Nunca esquecendo, é claro, que eu contei (e muito) com a ajuda do Espírito Santo. Não foram poucas as vezes em que eu tirei ou acrescentei algo porque Ele me diziam que não era por esse caminho. Fiz tudo à luz da Bíblia e pesquisando apenas questões culturais para entender melhor o contexto. Ficou um pouquinho grande, mas ânimo!

Espero que gostem e sejam edificados. 

 
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(Baseado em Marcos 5:24-34, principalmente, "A mulher do Fluxo de Sangue")

Fazia 12 anos.

12 longos anos de sofrimento e solidão. 12 anos em que a dor e o desespero haviam tomado conta de tudo e nada mais tinha qualquer sentido. Seu corpo fraco e debilitado já não via mais motivo para sair. Não podia sair.
            Toda manhã era o mesmo: uma luta perdida. Ela sabia disso; todos sabiam. Sua família não podia se aproximar e ela não poderia tocar em ninguém. A lei não permitia. Havia sido excluída de tudo, os médicos não encontravam solução e também não havia mais recursos. Era um caso perdido...
            Ainda assim, mesmo contra qualquer expectativa e explicação, lá estava ela.
      
      O sol brilhava indiferente, como se nada de grandioso fosse acontecer, mas os céus vibravam.
           Ela havia visto aquele a quem todos chamavam de Nazareno conversando com um dos dirigentes da sinagoga. O seu coração retumbava em seu peito e a cada batida uma certeza crescia. A princípio apenas uma suspeita, um último recurso. Quando aquele sentimento mudou?
            O que levaria uma pessoa sem qualquer esperança a se dirigir a alguém que nunca havia visto?
            Disseram-lhe que ele vinha curando pessoas e a multidão que o cercava era a prova de que não se tratava de qualquer um. “Ele é diferente”, ela pensa enquanto tenta se esconder com sua túnica. Ninguém poderia vê-la. Ela era impura para a sociedade.
            A certeza fica maior à medida que começa a caminhar em direção a ele. Ela não sabe dizer de onde vem, mas seu coração pulsa com a verdade que ela não tem ideia de onde surgiu, mas lá estava: ele pode curá-la. Sim, ele pode fazer isso.
            Sua convicção é finalizada com uma frase que sequer chegou a sair dos seus lábios, mas tinha o compasso de seu coração: “Eu só preciso tocar na orla de suas vestes. Isso será suficiente.”.
            Um passo vacilante na frente do outro e a multidão não seria capaz de pará-la. Não... Ela não pararia ainda que a derrubassem ou que pisassem sobre si... Seus olhos estavam fixos em um ponto e ainda que as pessoas se colocassem na frente ela continuou. Um passo de cada vez e toda a certeza em seus olhos. Ninguém poderia ver.
            Ela se agacha e por um momento, tão pequeno quanto o espaço de um segundo, toca a roupa, mal sentindo a textura do tecido em suas mãos. A multidão continuava ignorante. Ninguém viu. Ninguém deveria ver. Bem... Deus viu, Jesus sentiu e ela soube.
            Estava curada.
            Contra qualquer expectativa ou possibilidade, seu sofrimento cessara ali mesmo enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas e um belo sorriso se formava em seu rosto. “Eu estou...”
— Quem me tocou? — a voz era mansa e suave, mas audível a qualquer um.
            O corpo dela travou e o tempo pareceu parar.
— Mestre, a multidão está nos apertando e ainda pergunta: “quem me tocou?”.
            Ela sentiu como se seu coração fosse sair pelo seu peito de tão forte que ele batia. As pessoas a conheciam e sabiam da sua condição. Ela levanta rapidamente e percebe que Jesus ainda olha ao seu redor. Ela queria fugir.
— Alguém tocou em mim. Eu sei que de mim saiu poder — Jesus insistiu.
            As pessoas ao redor da mulher começaram a estranhar a sua movimentação e olhavam para ela desconfiados. Ela não sairia dali fácil.
            Olhou para Jesus e percebeu que ele ainda procurava. Ele parecia confiável e ainda a tinha curado
            Seu coração retumbou em seus ouvidos, sua garganta estava seca e lágrimas começavam a se acumular em seus olhos. Ela havia tocado no Mestre e agora pagaria por isso.
            Seus passos vacilantes a levaram na direção de Jesus enquanto as garras frias do medo a envolviam. A multidão abriu caminho; ela se prostrou.
— E-eu o toquei. — sua voz baixa e trêmula ecoou.
            Silêncio.
            Expectativa e tensão tomavam a multidão. Eles sabiam quem era aquela. Ela era impura e ainda assim tocou em alguém. Tocou no Mestre!
Aquela mulher temia ser recriminada. Ala tinha consciência de que o fez era errado, mas...
— Filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e sê curada do seu mal. — ouviu-se a voz de Jesus.
            O coração dela pareceu parar e seus olhos procuraram o seu salvador.
            Não havia nele qualquer sinal de acusação ou incômodo. Pelo contrário, Ele parecia genuinamente interessado na história daquela mulher que demostrou sua fé.
            Naquele momento, então, ela soube que Ele era diferente de tudo e todos. Era o Emanuel.

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Pense um pouco:

            Havia uma multidão, sua fraqueza e medo. Havia tradições, crenças, havia a lei. Tudo isso separava aquela mulher de sua bênção. Tudo a separava de Jesus. Mas o que ela fez? Bem, ela ignorou o medo, se despiu das tradições e crenças, reconsiderou a lei, venceu a fraqueza e superou a multidão. Ela sabia o que queria e quem procurava. Sabia que Ele tinha a solução. Em seu íntimo, cada célula de seu corpo confirmava que o que ninguém conseguiu fazer, Jesus poderia resolver. E com apenas um toque!
            O que tanto tem te separado de sua bênção? O que tem dificultado sua aproximação de Jesus? Vença isso. Tenha convicção de que Ele é o único que pode resolver o que ninguém mais pode.
            A mulher do fluxo de sangue conseguiu. Jesus espera o seu toque. Um pequeno toque em Seu coração será o suficiente.

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